quarta-feira, 9 de julho de 2008

O Mestre do Terror está de Volta


Os brasileiros, em agosto, poderão assistir ao retorno do clássico personagem às telonas: Zé do Caixão, único ícone do cinema de horror nacional, que reaparece nos cinemas no dia 8 de agosto. E, para a alegria dos fãs, o coveiro sádico não poderia voltar em melhor forma.
O filme "Encarnação do Demônio", o retorno de Zé, é o terceiro da trilogia composta por "À Meia-Noite Levarei Sua Alma" (1964) e "Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver" (1966). O capítulo de encerramento da história do coveiro chega em um momento em que o cinema de horror aposta em violência gore (que usa e abusa de sangue e vísceras) e um certo sadismo para conquistar as platéias. Consciente disso, Mojica investe muito em cenas pesadas de tortura, que não devem nada a produções como "Jogos Mortais" e "O Albergue".
Violência nunca foi uma novidade no cinema do diretor: "À Meia-Noite..." e "Esta Noite..." chocaram platéias na década de 60, com cenas de Zé do Caixão arrancando os olhos de suas vítimas e torturando-as com aranhas. Mas, em "Encarnação", com um orçamento generoso, Mojica pode garantir o realismo dos detalhes de corpos mutilados pelas loucuras de Zé. O resultado é verdadeiramente chocante, repulsivo e até inédito na cinematografia brasileira - exatamente o que se esperava de um filme do diretor em pleno século 21. Nada supera, por exemplo, a cena em que o coveiro tortura uma de suas vítimas com um rato.

Na trama, o sádico Zé do Caixão (Mojica) é solto depois de 30 anos de prisão e se reúne com seu capanga Bruno (Rui Rezende) e novos súditos para (como sempre) encontrar a mulher que gerará seu filho perfeito. Em cenas que lembram "Cidade de Deus" e "Tropa de Elite", ele se esconde em uma favela paulistana e espalha a morte por onde passa, o que leva dois policiais (Jece Valadão e Adriano Stuart) e um padre (Milhem Cortaz) a ficarem na sua cola. Como se não bastasse, Zé ainda é atormentado por sonhos com suas antigas vítimas.
São essas visões que fazem uma ponte interessante entre "Encarnação do Demônio" e o restante da carreira de Mojica. Nas aparições das vítimas de Zé, são inseridos trechos dos filmes antigos do diretor. "As imagens não morrem", diz o coveiro, já no desfecho do filme. É como se o cineasta passasse o tempo todo sendo atormentado por cenas de suas produções clássicas, rodadas na década de 60. Elas retornam em forma de assombrações, fazendo Zé acreditar que está enlouquecendo. Para um autor que ficou quase 30 anos sem filmar, haveria forma melhor de mostrar os fantasmas acumulados ao longo de tantos anos?
Com esta produção, Mojica tem, inclusive, a oportunidade de exorcizar um dos momentos mais sombrios de sua carreira: no lançamento de "Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver", em 1966, o cineasta foi censurado pela ditadura militar. Teve de amenizar o discurso final de Zé do Caixão no longa, mostrando o personagem em um momento de redenção que pouco condizia com seu espírito anárquico e blasfemo.
Em "Encarnação do Demônio", o diretor usa um sósia americano (Raymond Castille) e dá continuidade ao final de "Esta Noite...", mostrando Zé saindo do pântano e amaldiçoando seus perseguidores. Cena simples, mas de grande significado: Mojica exorciza o fantasma e, de quebra, entrega um momento emocionante e muito aguardado para seus fãs. É verdade que Encarnação do Demônio pode funcionar melhor para eles, mas a produção também guarda surpresas horripilantes para quem só conheceu o cineasta por meio de suas aparições em programas de TV.
Fonte;http://www.abril.com.br/noticia/diversao/no_288209.shtml
Trailer Oficial;
Site 0ficial do Filme;

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